quinta-feira, 9 de novembro de 2017

O projeto

Olá!

 Esse é o blog que, futuramente, virará um site (sim, estou nos últimos detalhes para lançá-lo!) a fim de guiá-los no mundo de World of Warcraft.

 A premissa aqui é trazer guias traduzidos para a comunidade. Sei que há outros sites que fazem isso, mas, neste em específico,  trarão guias  do Icy Veins, Automaticjak (<3), dentre outros para a galera que vai começar a se aventurar no jogo ou, pros antigos que querem fazer um alt com class diferente e tudo mais.

 É algo bem grande e comecei a estréia desse temporário blog com a tradução do Prólogo do mais novo livro da Christie, Befrore the Storm. Sou formada na área e quis trazer para a comunidade em primeira mão até sair o oficial no ano que vem. Espero que gostem!




WORLD OF WARCRAFT: ANTES DA TEMPESTADE - PRÓLOGO



Resultado de imagem para before the storm cover wow

Autora: Christie Golden
Tradução: Virginia Bioni Bertollini


PRÓLOGO

Kezzig Tiroalto se arrumou de onde estava ajoelhado, colocando suas mãos grandes e verdes na parte inferior de suas costas e fazendo uma careta aos diversos estouros consecutivos. Ele lambeu os lábios secos e olhou em volta, apertando os olhos contra a luz daquele sol ofuscante e esfregando a sua cabeça calva com um lenço duro e suado. Havia enxames de insetos por todos os lados e, claro, muita areia que iria ficar dentro de sua roupa. Igualzinho a ontem.
Mermão, Silithus era um lugar feio.
 — Jixil? - chamou pelo seu companheiro que estava analisando uma pedra flutuante com o Especific-o-Mático 4000.
— Que foi? - o outro goblin olhou para análise feita, balançou a cabeça negativamente e recomeçou.
 — Eu odeio esse lugar.
— Ah, é? É a sua cara... - encarando uma parte do equipamento, o pequeno e invasor goblin deu um soco barulhento nele.
— Ha-ha, que engraçadão você. - Kezzig resmungou. - Não, é sério.
Jixil suspirou, andando em direção à outra pedra e começou a analisá-la:
— Tá ligado que geral odeia esse lugar, Kezzig.
— Não, sérião. Eu não curto esse tipo de clima. Eu estava acostumado a trabalhar em Hibérnia! Eu amo a neve, gosto de me aconchegar perto da lareira, de apreciar os azevinhos.... Esse tipo de goblin, saca?
 Jixil lançou um olhar tedioso para ele:
— E por que raios veio para cá encher o meu saco ao invés de ter ficado por lá?
  Kezzig fez uma careta, esfregando a parte de trás de seu pescoço:
— A Pequena Senhorita Lunnix Falharroda aconteceu. Cara, eu estava trabalhando na sua loja de suprimentos de minérios, saca? Eu saía de lá como um guia para os visitantes da nossa pequena e acolhedora aldeia de Visteterna. Eu e ela, cara…Tá ligado? - Ele deu um sorriso nostálgico por um momento, mas voltou a falar. -  Daí ela resolveu sair também e me viu dando uma volta com a GoGo.
— GoGo... - repetiu com uma voz mais baixa. - Pô, me pergunto porque ela ficaria chateada contigo só por ter dado uma volta com uma menina chamada GoGo.
— Ah, não enche! Faz muito frio lá em cima. Um cara tem que se esquentar às vezes ou irá congelar, não é? De qualquer forma, o lugar, do nada, se tornou mais quente que aqui ao meio-dia.
Suspirando, Kezzig pegou um pacote enorme de equipamentos e o colocou levemente sobre seus ombros, se dirigindo para onde Jixil estava, este que esperava por resultados positivos. Ao entrar em contato com a terra, as peças que estavam dentro do pacote sacudiram, fazendo barulho.
— Eu odeio areia – continuou. - Odeio o sol. E, cara, eu realmente odeeeeeio insetos. Odeio os pequenos, porque eles entram no seu nariz e na sua orelha! Odeio os grandes, porque, bem, eles são insetos gigantes. Quero dizer, quem não os odeia? É tipo um ódio universal! Mas, o meu, em particular, queima com a força de mil sóis!
— Achei que odiasse sóis.
— Odeio, mas...
 Jixil endureceu de repente. Seus olhos de cor magenta foram aumentando enquanto encarava o Especific-o-mático 4000.
— O que eu queria dizer...
— Cale a boca, idiota! - Jixil cortou o amigo. Isso fez com que Kezzig também encarasse o equipamento.
Estava louco. Sua agulha pulava para a frente e para trás. A pequena luz vermelha no topo piscou excitadamente. Os dois goblins se entreolharam:
— Sabe o que isso significa? - Jixil perguntou com uma voz trêmula.
Os lábios de Kezzig se encurvaram, revelando quase todos os seus dentes amarelados. Ele socou a palma de sua mão:
— Significa – respondeu. - Que teremos que eliminar a competição, mermão.
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  Sylvanas Correventos, a antiga  General - Patrulheira de Luaprata, a Dama Sombria dos Renegados e atual Chefe - Guerreira da poderosa Horda, tinha ressentido ao ser chamada para Orgrimmar, como um cão que devia fazer todos os seus truques. Ela queria retornar à Cidade Baixa, pois sentia falta das sombras, da umidade e da tranquilidade que lá restava. Descanse em paz, ela pensou de uma forma mais sombria, mas tivera que esconder um sorriso que quase se apagou de vez enquanto andava, impaciente, na pequena sala atrás do trono de Chefe - Guerreiro no Castelo Grommash.

 Poucos anos antes, Garrosh Grito Infernal organizou uma grande festa em Orgrimmar para comemorar o fim da expedição em Nortúndria. Ele ainda não era Chefe - Guerreiro, até então. Houve desfile para todos os veteranos que quisessem participar, com ramos de pinheiros importados espalhados pelo caminho e um banquete enorme no final do percurso. Recompensas foram distribuídas e as estalagens da cidade estavam totalmente abertas, de graça, para aqueles que lutaram pela Horda.

 Foi extravagante e caro, mas Sylvanas não queria seguir seus passos - inicialmente - nem nessa e nem em qualquer outra situação. Ele era arrogante, bruto e impulsivo. Ela o detestava e conspirou - sem sucesso - secretamente em matá-lo mesmo depois que ele havia sido preso por seus crimes de guerra. A decisão de atacar Theramore com uma devastadora bomba de mana fez com que até as raças mais pacíficas lutassem contra as suas próprias consciências. No momento, a única preocupação que Sylvanas tinha disso tudo era com os orcs.

 No fim, Garrosh morrera e Sylvanas estava satisfeita, mesmo arrependida de não ter sido ela quem tirara a sua vida. Varok Saurfang, líder dos Orcs, e Baine Casco Sangrento, Grande Chefe dos Taurens, também não morriam de amores por Garrosh, mas eles pressionaram Sylvanas a fazer um anúncio e, de certo modo, alguma coisa que marcasse o fim da guerra. Muitos desses membros da Horda que você liderou, morreram e lutaram para que a Legião não destruísse esse mundo como fez com muitos outros. As palavras do jovem touro ressoavam e estavam a um passo de repreendê-la abertamente.

Ela relembrou do... Aviso? Ameaça? De Saurfang.

 Você é o líder de todos da Horda: dos Orcs, Taurens, Trolls, Elfos Sangrentos, dos Goblins e também dos Renegados. Nunca se esqueça disso, ou eles poderão...

Não irei esquecer, orc. Ela pensou com a sua ira aumentando. São aquelas palavras.

Parou de andar, suas orelhas captaram sons de pegadas que soavam familiar. O couro bronzeado que servia de nó para indicar privacidade foi desfeito e o visitante entrou:
— Está atrasado. Mais um pouco e eu seria forçada a entrar sem o meu campeão ao meu lado.
— Perdoe-me, minha rainha. Estava resolvendo alguns negócios para você e demorei mais do que eu esperava - ele reverenciou.

Ela estava desarmada, mas ele carregava consigo um arco e uma aljava cheia de flechas. Para o único humano que se tornou patrulheiro, ele era um arqueiro fora de série. Não era atoa que era o melhor guarda-costas que Sylvanas poderia ter. Há outros motivos, claro, como as raízes que eles cultivavam de um passado distante, ou quando os dois estavam juntos embaixo de um sol maravilhoso e brilhante, ou quando haviam brigado por coisas belas e brilhantes. A morte foi certa para os dois: para um humano e para um elfo. Mesmo agora, o que era brilhante e belo, e muito do passado que eles compartilhavam, tinha ficado escuro e nebuloso.
Mas, nem tudo.
 Embora Sylvanas tenha deixado para trás a maioria dessas emoções calorosas no momento em que renascera como Banshee, a raiva, de alguma forma, tinha retido esse calor, mas que, por ora, não existia mais. Nunca poderia ficar brava com Nathanos Marris, conhecido como “Arauto da Praga” e ele, de fato, estava cuidando de alguns assuntos para ela: visitando Cidade Baixa enquanto a Chefe-Guerreira ficava aqui em Orgrimmar cumprindo seus deveres com a Horda.

Ela queria segurar sua mão, mas se contentou em dar apenas um sorriso amigável:
— Eu te perdoo. Agora, conte-me sobre nosso lar.
Sylvanas esperava um breve relatório com preocupações modestas, uma reafirmação da lealdade que os Renegados têm com a Dama Sombria. Ao invés disso, Nathanos franziu a testa:
— A situação está...complicada, minha rainha.
 O sorriso dela desapareceu. Como era possível estar “complicada”? A Cidade Baixa pertence aos Renegados e eles são seu povo.
— Eles sentem falta da sua presença - ele respondeu. - Enquanto muitos estão orgulhosos de que a Horda possui uma Renegada como Chefe-Guerreira, outros sentem que você esqueceu daqueles que são mais fiéis a você.
Ela deu uma risada drástica e sem humor:
— Baine, Saurfang e muitos outros dizem que eu não estou dando a devida atenção à Horda. Meu povo diz que estou dando demais. Seja lá o que fizer, alguém irá reclamar. Como alguém consegue comandar assim? - balançou a sua cabeça pálida. - Malditos sejam Vol’jin e seus Loa. Eu deveria ter ficado nas sombras, onde seria mais efetiva sem ninguém para me interrogar.

 Onde eu realmente queria estar.

 Ela nunca quis isso. Não mesmo. Assim como disse ao Vol’jin antes, durante o tardio julgamento de Garrosh Grito Infernal, ela gostava de poder, de controlar de forma sutil, mas, em seu último suspiro, - literalmente - Vol’jin, o Líder da Horda, comandou que fizesse o oposto: queria honrar e garantir as decisões dos Loa.

 Você deve sair das sombras e liderar.

Você deve se tornar a Chefe- Guerreira.

Vol’jin era alguém que ela respeitava, embora não concordassem nessa ocasião. Ele não tinha a abrasividade que muitas vezes caracterizava a liderança órquica e ela realmente lamentava por sua morte - não só por tê-la colocado sob essa responsabilidade. Nathanos era sábio o suficiente para não a interromper. Sylvanas tentou se acalmar. Este era Nathanos, ousando a falar a verdade como sempre fez, e ela valorizava isso:
— Continue.
— Pela perspectiva deles - O arqueiro sombrio resumiu. - você é o símbolo da Cidade Baixa. Você os criou, fez de tudo para prolongar a existência dos renegados.... Você é tudo para eles. Mas, a sua ascensão como Chefe - Guerreira foi muito repentina, a ameaça foi tão grande e tão imediata que você não deixou ninguém lá para cuidar de seu povo.
 Sylvanas acenou com a cabeça. Acreditava ter entendido isso.
— Você deixou um grande buraco para eles e buracos no poder tendem a ser preenchidos.
 Seus olhos vermelhos aumentaram. Ele estava insinuando algum tipo de golpe? A mente dela a levou para traição de Varimathras há alguns anos: um demônio em que ela acreditava que honraria sua lealdade. Ele se juntou ao ingrato e miserável Putress, um Renegado Boticário que criou uma praga e a usou contra os vivos e mortos-vivos - e quase matou Sylvanas. Retomar a Cidade Baixa foi preciso muito esforço, mas, não, ela sabia que seu leal campeão não falaria tão calmo assim se alguma coisa muito séria acontecesse.
 Lendo as expressões dela - como sempre fizera - Nathanos rapidamente a tranquilizou:
— Está tudo calmo por lá, milady. Mas, na ausência de um líder poderoso, os habitantes de sua cidade formaram um governo para atender às necessidades da população.
— Entendo. Uma organização interna… Isso não é insensato.
— Eles se nomearam como o Conselho Desolado -  precipitou - se novamente - Milady.... Há boatos do que você deveria ter feito nessa guerra e alguns são verdadeiros.
— A palavra sobre meus esforços para continuar a existência do meu povo chegou até eles. Infelizmente também chegou que Genn Greymane destruiu a esperança que tinham.

 Ela havia levado a seu estandarte, a Correventos, para Trommhein nas Ilhas Partidas, a procura de mais Val’kyr para ressuscitar os caídos. Esse era o único meio, a essa altura do campeonato, de Sylvanas criar mais renegados:
— Eu quase consegui capturar a grande Eyir. Ela me entregaria as Val’kyr por toda a eternidade, assim ninguém do meu povo morreria de novo, nunca mais. – parou. - Eu poderia salvá-los.
— Esse...é o problema.
— Não fique enrolando, Nathanos. Fale de uma vez.
— Nem todos desejam o que você deseja, minha rainha. Muitos do Conselho Desolado possuem algumas ressalvas - Em seu rosto, ainda sendo de um homem morto, porém bem preservado devido a um ritual que ela executou, um sorriso torto. - Esse é o perigo que você criou quando os deixou e os deu livre arbítrio. Agora eles são livres para discordar.

   As suas pálidas sobrancelhas se juntaram, criando uma franzida assustadora:

— Eles querem a extinção, então? - Ela chorou e a ira dentro dela aumentava - Querem voltar para debaixo da terra?
— Eu não sei o que querem - Nathanos respondeu calmamente - Eles desejam falar com você, não comigo.
 Do lado de fora da sala, um barulho de cabo de lança batendo no chão foi ouvido. Sylvanas fechou seus olhos a fim de recuperar a sua paciência:
— Entre! – gritou.
 Um dos guardas orcs do castelo obedeceu e ficou em continência. Com a sua cara verde intraduzível, disse:
— Chefe - Guerreira, está na hora. Seu povo lhe espera.
 Seu povo. Não, o povo dela estava na Cidade Baixa fazendo reuniões, usufruindo do próprio presente que ela os deu - a existência e livre arbítrio - para recusá-los.
   — Em um momento - ela respondeu e considerando que o guarda não havia entendido as entrelinhas - Deixe-nos.
 O orc obedeceu e saiu. Nathanos sempre paciente esperou por suas ordens. Ele as obedeceria, sabia ela. Poderia, agora mesmo, montar um grupo de guerreiros não - renegados para ir até a Cidade Baixa e eliminar os membros desse conselho ingrato, mas, mesmo que isso a satisfizesse, seria insensato. Ela precisava saber mais, muito mais, antes de agir.
— Falemos sobre isso depois - disse - Tenho outras coisas que gostaria de discutir com você.
— Como desejar, minha rainha - Nathanos respondeu.
 Eles saíram e estavam prontos para começar a marcha. Sylvanas cuidou para que ninguém se referisse àquela celebração como “ desfile”, para evitar que houvesse comparações com ao que Garrosh fizera. Varok Saurfang esperava por ela no salão principal do castelo junto com seus guardas compostos por veteranos. Sylvanas daria a volta pela cidade montada em seu cavalo de esqueleto, reunindo diferentes raças e líderes enquanto andava. Ela não gostava de nenhum deles, apenas tinha um respeito maior por Varok Saurfang. Ele era inteligente, forte e feroz e, como Baine, era leal. Mas, havia algo em seus olhos órquicos que sempre a puseram em alerta. Sabia que se ela se equivocasse demais, ele a desafiaria, ou até se oporia.
 Essa sensação estava em seus olhos agora quando ele se aproximou para cumprimentá-la. Ambos estavam se encarando, olho no olho, e a tensão foi quebrada quando deu um passo para o lado abrindo passagem para Chefe - Guerreira passar e, logo depois, se posicionou atrás. Assim como todos os outros fariam.
 Sylvanas acenou com a cabeça para ele enquanto caminhava para onde seu cavalo de ossos a esperava. Depois de subir agilmente na sela, acenou para a multidão que estava ali celebrando, lotando as ruas de Orgrimmar. Eles comemoravam e acenavam de volta, sendo levados pelo entusiasmo daquele dia.
 Ela não se enganava, pois sabia que era amada por todos. Por parte dela, não tinha muito interesse na Horda como um todo, embora nunca deixasse transparecer os seus verdadeiros sentimentos. Liderou a Horda para uma vitória praticamente impossível e, por ora, parecia que eles estavam solidamente com ela.

Bom.

Nathanos andava ao seu lado, seguido por Saurfang e sua guarda. Em uma rua afastada do castelo estava um aglomerado de elfos sangrentos e renegados que habitavam a cidade. Os elfos sangrentos estavam vestidos sempre esplendorosos e únicos em suas vestes vermelhas e douradas. Atrás deles estava Lor’themar Theron montado em um Falcostruz com plumas vermelhas. Seu olhar se cruzou com o de Sylvanas. Colegas, não é a primeira vez que eles se encontravam. Ele já a serviu quando ela era General - Patrulheira dos Sin’dorei. Lutaram lado a lado, muito parecido com o seu atual campeão Nathanos. Entretanto, como Nathanos - uma vez humano e agora renegado - se manteve estritamente fiel à Sylvanas, ela sabia que Theron era com o seu povo. Povo que uma vez foram iguais. Agora não mais.
Nenhum dos grandes líderes das mais variadas raças da Horda estavam realmente muitos satisfeitos com a ascensão dela como Chefe- Guerreira, mas todos a aceitavam. Sylvanas imaginava até quando conseguiria lidar com eles.
Theron inclinou a cabeça para ela, servindo-a, pelo menos nesse momento. Sem querer conversar, Sylvanas retribuiu o gesto inclinando a dela e se virou para o grupo dos Renegados. Estavam em pé, pacientes, como sempre. Pelo menos aqui na capital, podia considerá-los como seu povo e não aqueles que fazem parte daquele ridículo e lamentável Conselho Desolado. Entretanto, não podia mostrar favoritismo, não aqui, por isso, ela fez o mesmo aceno com a cabeça que dera ao Lor’themar e aos Sin’dorei e conduziu seu corcel para ir em direção ao portão. Os elfos sangrentos e os renegados fizeram uma fila e caminharam atrás dela para não atrapalhar o seu caminho. Foi o que ela estipulou e se manteve firme nisso.
Sylvanas queria roubar alguns momentos de privacidade, pois tinha que conversar com seu campeão sozinha.
— Nós precisamos aumentar o que tivermos nos cofres da Horda - sussurrou baixinho para Nathanos. - Precisamos de fundo e iremos precisar deles - Ela acenou para uma família de Orcs. Ambos, marido e mulher, possuíam cicatrizes de batalha, mas estavam sorrindo com sua criança em cima de seus ombros para mostrar a Chefe - Guerreira que sua cria estava gordinha e saudável.
O passeio de Sylvanas pela cidade estava programado para passar primeiro em um beco onde se concentrava um aglomerado de lojas - também chamado de Bazar - e, depois, se encaminharia para o Vale da Honra. A área em que o Bazar se situava, ficava encostada em uma parede do cânion, em um lugar não muito favorável da cidade antes dos eventos do Cataclisma: ele era escuro devido a sua localização desprivilegiada.  Durante os eventos, Orgrimmar foi incendiada e tivera que ser reconstruída. Após isso, o Bazar - assim como quase toda Azeroth -  mudou fisicamente: igual à Sylvanas Correventos, aquele beco saiu das sombras. Agora com a luz do sol iluminando as ruas sujas e sinuosas, outros estabelecimentos mais respeitados foram aparecendo, como as lojas de roupas e suprimentos de tintas.
— Não tenho certeza se entendi bem, minha rainha - Nathanos disse. Eles não tinham muito tempo para conversar em particular. A guerra tirou tudo que podia tirar e, todos os dias e na maioria das vezes, estavam cercados por curiosos. - Claro, a Horda precisa de fundos e de seus membros.
— Não são com os membros em si que me preocupo. É com o exército. Decidi que não irei dispensá-los.
Ele voltou o olhar a ela:
— Eles acham que estão indo para casa. Não é o caso?
 — Por ora, sim – disse. - Feridas precisam de tempo para se curarem. Sementes precisam ser plantadas, mas, em breve, eu convocarei os bravos guerreiros da Horda para uma outra batalha.... Uma que eu e você almejamos há muito tempo.
Nathanos ficou em silêncio. Ela não considerou aquilo como uma discordância ou oposição, mas continuou a se manter quieto por completo. Não quis pressioná-la por mais detalhes, pois já havia entendido o que ela realmente queria.

Ventobravo.
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 Fonte: http://pt.wowhead.com/news=275306/before-the-storm-by-christie-golden-chapter-sampler-spoilers#prologue-text

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